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Hepatite e Diabetes: qual a relação?

novembro 3, 2017|by  medbem|no comments

Um paciente com hepatite tipo C tem risco de desenvolver diabetes tipo 2? Antes, vamos entender mais sobre a doença – a hepatite é o nome dado à degeneração que acomete o fígado, podendo ter diversas origens: agentes tóxicos (como álcool e medicamentos) ou infecciosos (vírus e bactérias). Os vírus parasitam as células do fígado e passam a se reproduzir, enquanto o sistema imunológico do indivíduo começa a atacar e destruir essas células para conter o vírus, dando início a um processo de inflamação no órgão. Existem vários tipos de vírus que causam a doença: tipo A, B e C. Um dos pontos que variam entre os vírus são as formas de transmissão:

Hepatite A:

Altamente contagiosa, se dá pelo contato com água, alimentos e utensílios contaminados. Prevenção: saneamento básico e normas de higiene.

Hepatite B:

Transmitida por contato sexual, transfusão sanguínea, materiais cirúrgicos contaminados ou por agulhas contaminadas (no uso de drogas, tatuagens, piercings e acupuntura). Materiais e equipamentos não esterilizados na manicure ou no dentista também são transmissores.

Hepatite C:

Transmitida pelas mesmas vias da hepatite B (transfusão sanguínea), tem a única diferença de ser muito menos infecciosa pela via sexual. Também chamada de HCV, é uma doença com progressão lenta, devido a capacidade de regeneração do fígado, mas que pode evoluir para outras complicações graves, como cirrose e/ou câncer de fígado. As chances de cura da hepatite tipo C são superiores a 90%. O tratamento é focado no uso de antivirais com o objetivo de eliminar o HCV do organismo e evitar a cirrose e falência hepática.

Hepatite C e o diabetes tipo 2: Qual a relação?

Todos os portadores de hepatite tipo C podem apresentar manifestações associadas ao vírus mesmo fora do fígado. Uma delas é o diabetes tipo 2. Os grandes riscos de um paciente com HCV desenvolver a doença estão relacionados ao fato de que o vírus da hepatite C é capaz de alterar e impedir que a insulina regule o metabolismo da glicose no organismo. A insulina é um hormônio produzido pelo pâncreas responsável por transportar o açúcar do sangue às células, onde será usado como fonte de energia ou estocado. Como o HCV dificulta a ação da insulina, o pâncreas entende que deve secretar mais insulina, conseguindo estabilizar o nível de açúcar a partir de uma maior quantidade de moléculas da insulina. Isso faz com que cada vez mais insulina seja necessária para normalizar os níveis de glicose no sangue, acarretando em um acúmulo de gordura no fígado e, consequentemente, outras doenças metabólicas. Além disso, nos pacientes com cirrose avançada, o Diabetes Tipo 2 aumenta de 4 a 5 vezes o risco de câncer de fígado. Após eliminar o HCV da circulação, há uma significativa redução no aparecimento deste tipo de diabetes.

Como se prevenir da diabetes e da hepatite C?

Não existe vacina para hepatite tipo C, como existe para os tipos A e B. Como a doença pode ser silenciosa, uma ação preventiva importante é o diagnóstico precoce, que pode ser realizado por meio do teste sorológico para hepatite C, segundo orientação do Conselho Federal de Medicina em publicação no Diário Oficial da União em 2016.

Por outro lado, a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) criou a campanha “na ponta do dedo”, cujo objetivo é conscientizar a população sobre a importância de fazer o teste anti-HCV para diagnosticar o vírus. Além disso, é necessário entender os riscos da diabetes e como se prevenir dessa doença também.

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